Google+ CEMIG: de bueiros e maracutaias de Aecio Neves

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

CEMIG: de bueiros e maracutaias de Aecio Neves

CEMIG: de bueiros e maracutaias
Bueiros explodindo no Rio de Janeiro e Minas Gerais e as relações esquisitas entre CEMIG, Andrade Gutierrez e Light tem tudo a ver.
Aliás, quedas de energia, diminuição de podas de árvores, falta de manutenção da rede aérea, da subterrânea, aumento dos acidentes com a terceirização, são manifestações de um processo perverso de privatização das Centrais Elétricas de Minas Gerais.
Empresas privatizadas a preço de banana, na década de 1990, sobretudo as de energia elétrica são a prova cabal de que a verdadeira história de todo aquele processo ainda está por ser desvendada.
Vamos relatar aqui um aspecto desse lamaçal.
Com Itamar Franco: sócios privados são enquadrados.
O então governador Itamar Franco, apoiado pela maioria da ALMG, peitou os privilégios dos sócios privados e minoritários da CEMIG, a partir de 1999, colocando a AES no seu devido lugar.
Essa empresa norte americana, que mais tarde daria um calote no BNDES, na transação da Eletropaulo, acabou dando outro calote na instituição financeira, em mais de 2 bilhões de Reais. A dívida era maior, mas por força de decisão judicial, o que a CEMIG repassava a ela, a partir de 2004, passou a cair direto na conta do BNDES. Por que? Uma das causas foi a interrupção, no governo Itamar, de seus privilégios no recebimento ilegal e imoral de dividendos. Depois uma ação do próprio BNDES.
Até então o estado bancava os “riscos” da privatização, com privilégios inaceitáveis.

Aécio volta com os privilégios?
Desde 2003, sem maiores formalizações e debates públicos, a CEMIG volta a remunerar, com 50% de seu lucro, os ditos sócios minoritários. Ou seja, todo o custo operacional da empresa ficava limitado e espremido por algo atípico: os ganhos dos acionistas pressionavam pela queda na qualidade e na quantidade de investimentos em Minas Gerais, por exemplo, nas redes aéreas e subterrâneas. Os constantes acidentes que vemos hoje decorrem também disso. Em 2004, como já foi dito, os dividendos da AES eram repassados ao BNDES, contra a vontade de Aécio Neves.

A Light, Andrade Gutierrez, AES, CEMIG e Aécio
A compra de participação na Light pela CEMIG é outro capítulo de uma história estranha. Não será ainda motivo de abordagem aqui. Mas se articula com todo um projeto pessoal de poder do então pré-candidato à presidência, Aécio Neves.
Exatamente nesse período, a gigante da construção civil, Andrade Gutierrez – AG -, apresenta uma proposta de “comprar” a dívida da AES com o BNDES.
Pode-se imaginar: eis o capitalismo de risco funcionando.
Mas, não foi bem assim. A dívida de 2,1 bi de Reais não foi paga na totalidade e os papéis lançados pela AG, resgatáveis até 2020, são hoje bancados por um novo acordo de acionistas, que pereniza a distribuição privilegiada de dividendos para a maior sócia minoritária da CEMIG: a AG que detém 33% das ações da estatal mineira. E que teria poder de veto sobre uma série de decisões estratégicas da empresa.

De explosões em redes subterrâneas no RJ e MG, de Lights, AGs e maracutaias
O deputado Rogério Correia, líder do MSC, quer saber o porquê da precária manutenção em redes subterrâneas e aéreas da CEMIG. Mas, intui que o sucateamento operacional que leva a acidentes como o de Bandeira do Sul, a explosões de bueiros e a acidentes graves com trabalhadores terceirizados, tem a ver com os privilégios de sócios minoritários da CEMIG. Aliás, minoritários apenas na formalidade, mas -de fato- mandam na estatal.
Afinal, pagar dividendos que levam quase todo o lucro da empresa implica queda de investimentos em manutenção. Se tudo no universo se relaciona, as transações da CEMIG, AES, AG e Light se relacionam de forma bem mais promíscua.
Correia quer trazer à luz do dia essas maracutaias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário